Como lidar com o bullying na escola?

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Crianças e jovens com necessidades especiais correm um maior risco de serem vítimas de bullying do que seus pares e podem não conseguir comunicar esta situação. Por isso é fundamental que os pais, cuidadores e professores saibam identificar os sinais de bullying e ajudar a ultrapassar a situação o mais rápido possível.

O que é bullying? Não há uma definição específica para tal, mas as organizações anti-bullying sugerem que o bullying pode envolver: Chamar nomes, fazer piadas ou zombar, espalhar boatos, ignorar ou excluir, ameaçar ou humilhar, empurrar, puxar, bater, chutar ou outros atos físicos, subtrair dinheiro ou outros itens.

Para os mais crescidos, a internet e os telemóveis significam que o bullying pode acontecer a qualquer momento, dentro e fora do horário escolar. O bullying online ou cibernético inclui bullying por meio de mensagens de texto, e-mails, sites, jogos online, mensagens instantâneas e redes sociais.

Crianças e jovens com necessidades especiais podem ser mais vulneráveis ao bullying porque podem:

  • Ter dificuldades em comunicar e falta de habilidades sociais esperadas para a sua idade.
  • Ter dificuldades em prever o comportamento de outras pessoas, interpretar a linguagem corporal ou expressões faciais e ter alguma noção sobre os seus pensamentos e sentimentos.
  • Apresentar comportamentos que não sejam compreendidos, como stimming (movimentos repetitivos).
  • Ter dificuldade em formar e manter amizades, o que as deixa socialmente isoladas.

Estudos mostram que escolas que adotam uma abordagem completa contra o bullying frequentemente relatam uma redução geral no bullying. Esta abordagem inclui:

  • Ter uma política de “tolerância zero” ao bullying e garantir que todos os funcionários estejam cientes dos procedimentos.
  • Ensinar a todos os alunos sobre a conscientização e aceitação do autismo e outras necessidades especiais.
  • Fornecer suporte durante os tempos não estruturados, como intervalos e horários de almoço.
  • Incluir todos os funcionários e alunos na prevenção do bullying
  • Incentivar as crianças a contar a alguém quando elas ou os colegas estão ser intimidados.
  • Ter cartazes e materiais claros para enfatizar a abordagem de tolerância zero das escolas ao bullying.

Como saber se o seu filho é vítima de bullying?

Não é sempre fácil perceber se uma criança ou jovem com necessidades especiais é vítima de bullying, devido as suas dificuldades de comunicação. Mas esteja atento a comportamentos, como:

  • Voltar para casa com roupas, mochilas ou livros sujos, danificados ou faltando, com arranhões ou hematomas,
  • Sem dinheiro que deveria ter ou a pedir mais dinheiro no dia seguinte.
  • Chegar tarde à escola ou a casa porque mudou de caminho.
  • Relutar em ir à escola e inventar desculpas para faltar.
  • Parecer Stressado, deprimido, infeliz ou doente.
  • Diminuir a concentração ou a qualidade dos trabalhos escolares.
  • Mostrar um aumento ou mudança em comportamentos obsessivos/repetitivos.

O Seu filho também pode apresentar mudanças súbitas de comportamento, que podem ser devido ao bullying. Isso pode incluir aumento da ansiedade, dificuldade para dormir ou explosões de raiva em casa. Pode também imitar os atos dos agressores em casa, intimidando os irmãos, porque não entende que esse comportamento é inaceitável. Você pode precisar reforçar a autoestima de seu filho em casa e conversar sobre comportamentos certos e errados. Explique que quando um comportamento magoa ou prejudica alguém, seja fisicamente ou emocionalmente, isso é bullying. Depois de conversar com seu filho, marque uma reunião para falar com o professor para explicar a situação e encontrarem uma melhor solução.

Algumas outras soluções que podem ser implementadas são:

  • Promova o treinamento em habilidades sociais e comunicação: para ajudá-lo a aprender a reconhecer quando alguém está a ser simpático ou desagradável. Um bom exemplo é usar um programa de televisão favorito para ilustrar as boas e más atitudes.
  • Criem um diário escolar: Você pode ajudar o seu filho a desenvolver o hábito de criar um diário em que pela escrita ou colagem de imagens, consiga descrever o que correu bem e mal a cada dia.
  • Promova a amizade na escola: Um esquema de companheirismo ou amizade no pátio pode ajudar a reduzir o bullying. A escola poderia identificar alguns colegas para seu filho no pátio para que ele possa ampliar seu grupo de amizades. Algumas escolas têm um banco da amizade onde as crianças e os jovens podem sentar-se se precisarem de alguém para conversar ou brincar.

Os efeitos a longo prazo do bullying podem ser graves. Pesquisas sugerem que crianças vítimas de bullying podem acabar com inseguranças duradouras, problemas comportamentais e baixa autoestima, além de dificuldades de concentração. Elas podem recusar-se a participar de situações sociais porque têm medo de serem intimidadas ou podem sofrer doenças relacionadas ao Stress.

Fonte: National Autistic Society

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