A prática desportiva é uma importante aliada no bem-estar de crianças e jovens com Transtorno do Espectro Autista e outras necessidades especiais. Além dos benefícios para a saúde, são muitas as vantagens que, especificamente para este público, trazem ganhos bem importantes como: a melhora na coordenação motora, apoio na interação social, ajuda na concentração e até contribui para reduzir certos comportamentos repetitivos.
Na escolha da actividade desportiva, é importante levar em conta a individualidade e o que mais desperta interesse, sem se descuidar da segurança durante a prática. Vale saber: cada indivíduo é único e a escolha de um pode ser diferente da escolha do outro. Não é porque uma outra criança com autismo gosta de certa actividade que todos irão gostar da atividade.
Desportos em grupo, por exemplo, podem ajudar no desenvolvimento de habilidades sociais, como trabalhar em equipe e saber lidar com diversas situações, o que pode ser positivo para o desenvolvimento destas crianças e jovens.
E não para por aí: a prática de atividade física também libera endorfina, um neurotransmissor que pode ajudar a reduzir a ansiedade, o estresse e a melhorar o humor, o que é especialmente relevante para pessoas neurodiversas.
As artes marciais, entre elas o karatê, jiu-jitsu, são recomendadas para pessoas com características do TEA. Ao contrário do que muitos podem pensar, não se trata de uma atividade agressiva ou violenta. No Karatê, por exemplo, entram em jogo valores como respeito, disciplina, autocontrole e respeito às regras.
E mais, a prática ajuda a despertar a autoconfiança – aliás, isso também ocorre com outras atividades esportivas e é apenas um dos vários benefícios desse hábito que, quando faz parte da rotina, transforma a nossa vida! Isso sem contar com as contribuições para coordenação motora, equilíbrio e postura.
Caso tenha espaço na agenda, coloque o seu filho em uma actividade desportiva, até uma única vez por semana já verá resultado, no médio e longo prazo, mas não se esqueça que o desporto deve ser divertido. Por isso, também podem ser testadas aulas de dança, natação e circuitos funcionais, com adaptações ou não, a depender das necessidades de cada um.
Seja como for, o importante é que famílias e educadores compreendam que crianças e jovens com TEA podem sim e devem se exercitar e, mais do que isso: são extremamente beneficiadas com práticas esportivas. Mas, não force nada e, caso perceba certa resistência, não desista. Há várias formas de despertar a atenção para as mais diversas possibilidades!
Converse e busque entender o perfil de seus filhos e/ou alunos e mostre-se disponível para ajudá-los sempre que possível.
E lembre-se: nada de comparações. Com amor, atenção e diálogo, podemos ir longe.
Fonte: Autismo e Realidade