O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) ou autismo, é um transtorno do neurodesenvolvimento que traz prejuízos na comunicação e interação social e no comportamento da criança. A sua prevalência é de 1 a cada 36 crianças, segundo pesquisas com base na população dos Estados Unidos. Estima-se que o autismo atinge cerca de 1% da população mundial, 70 milhões de pessoas no mundo conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e pode ser observado em todos os grupos raciais, étnicos e sociais.
O autismo é uma condição crônica, de uma deficiência neurológica, não é uma doença. As causas são maioritariamente genéticas (em cerca de 98% dos casos). Além disso, existem diversos fatores ambientais que aumentam o risco para o desenvolvimento do TEA como por exemplo idade avançada dos pais, infecções durante a gestação, entre outros.
Nos últimos anos muito se avançou em pesquisas, bem como na prática clínica. O que contribui para a melhoria da qualidade de vida do autista e diagnóstico precoce do transtorno.
O diagnóstico do autismo é clínico e é baseado nas evidências científicas destacadas pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria, conhecido também como DSM-5.
Sendo assim, O DSM-5 é o ponto de partida para identificar se uma pessoa tem ou não o Transtorno e os critérios são os abaixo:
A) Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos
B) Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades
C) Os sintomas devem estar presentes precocemente no período do desenvolvimento (mas podem não se tornar plenamente manifestos até que as demandas sociais excedam as capacidades limitadas ou podem ser mascarados por estratégias aprendidas mais tarde na vida).
D) Os sintomas causam prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo no presente.
E) Sinais não são mais bem explicadas por transtorno do desenvolvimento intelectual ou por outros transtornos.
Para chegar a um diagnóstico de autismo, o médico especialista, geralmente o neuropediatra ou o psiquiatra infantil, realiza uma entrevista com os pais e observa a criança para avaliar os comportamentos. Além do médico especialista é importante ter uma equipa multidisciplinar para auxiliar neste diagnóstico. Essa equipa é formada por psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, assistente social, psicopedagogo entre outros profissionais.
Em alguns casos são solicitados testes genéticos ou exames específicos para identificar problemas de saúde relacionados com o autismo e para descartar outras síndromes. Não existem exames de imagem ou de laboratório que confirmem o autismo, o seu diagnósticco é clínico!
Em muitos casos, o diagnóstico costuma ocorrer quando a criança tem cerca de 3 anos de idade, mas é possível diagnosticar bem mais cedo quando alguns sinais já são perceptíveis. Não existe idade mínima para fechar diagnóstico de autismo. Quanto mais precoce melhor, pois quanto mais cedo forem iniciadas as intervenções, melhor será para o desenvolvimento da criança.
Fonte: Portal Neuroconecta