A educação inclusiva é um modelo educacional que busca garantir o acesso, participação e aprendizagem de todos os estudantes, independentemente de suas características, necessidades, habilidades ou diferenças. O seu objetivo principal é criar um ambiente educacional que acolha a diversidade e promova a igualdade de oportunidades para todos.
Na prática, a educação inclusiva envolve a adaptação de práticas pedagógicas, estratégias de ensino, materiais didáticos e ambientes escolares para atender às necessidades individuais de cada aluno.
Antigamente, a escola regular e a escola especial, existiam separadamente. A educação inclusiva junta as duas escolas e surge com o objectivo de acabar com essa separação de modo a permitir a convivência e a integração social dos alunos com deficiência, favorecendo a diversidade.
A educação especial é uma modalidade de ensino com a função de promover o desenvolvimento das habilidades das pessoas com deficiência, que abrange todos os níveis do sistema de ensino, desde a educação infantil até a formação superior.
A educação especial é responsável pelo atendimento especializado ao aluno, assim, seu público-alvo são estudantes com algum tipo de deficiência (auditiva, visual, intelectual, física ou múltipla), com distúrbios de aprendizagem ou com altas habilidades (superdotados).
Já a educação inclusiva é uma modalidade de ensino na qual o processo educativo deve ser considerado um processo social em que todas as pessoas, com deficiência ou não, têm o direito à escolarização.
No Brasil por exemplo, existe a lei n.º 13.005, em que pelo Plano Nacional de Educação (PNE), as escolas brasileiras devem garantir um sistema inclusivo em que alunos entre 4 e 17 anos com necessidades especiais têm o direito de serem matriculados em turmas comuns a todos.
A educação inclusiva não apenas beneficia os alunos com necessidades especiais, mas também contribui para criar um ambiente mais enriquecedor e diversificado para todos os estudantes e tem como base os princípios abaixo:
- Valorização da diversidade: reconhecimento e respeito pelas diferenças individuais dos alunos;
- Acesso igualitário: garantir que todos os estudantes tenham acesso a oportunidades de aprendizado, independente de suas características;
- Participação ativa: incentivar a participação de todos os alunos nas atividades escolares e sociais;
- Aprendizado centrado no aluno: adaptação do ensino para atender às necessidades individuais de cada estudante;
- Colaboração entre educadores: trabalho em equipe entre professores, especialistas em educação inclusiva e outros profissionais para proporcionar um ambiente de apoio.
A criação de redes de apoio é fundamental para o sucesso na educação inclusiva e referem-se a um conjunto de pessoas, profissionais e recursos que colaboram para criar um ambiente de aprendizado que atenda às necessidades de todos os alunos, incluindo aqueles com diferentes habilidades, características e necessidades especiais. Essas redes são fundamentais para garantir que cada aluno receba o suporte necessário para alcançar seu pleno potencial acadêmico e social. Devem fazer parte da rede de apoio os:
Professores: Regulares e especialistas em educação especial, que desempenham papéis cruciais na criação de ambientes inclusivos. A colaboração entre eles é essencial para adaptar o ensino e fornecer suporte adequado.
Profissionais de apoio: Pode incluir assistentes de sala de aula, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos escolares e outros profissionais especializados, dependendo das necessidades específicas dos alunos.
Família: A relação de cooperação e confiança entre escola e família é fundamental. As famílias podem fornecer informações sobre as necessidades dos alunos, colaborar com os educadores e apoiar o aprendizado em casa.
Colegas de Turma: A interação positiva entre os alunos é essencial para criar um ambiente inclusivo. Promover a compreensão, respeito e amizade entre os colegas ajuda a criar uma comunidade escolar mais solidária.
Gestores escolares: Administradores e diretores desempenham um papel importante na criação de políticas inclusivas, na alocação de recursos e no estabelecimento de uma cultura escolar que valorize a diversidade.
Especialistas em inclusão: Profissionais com especialização em inclusão educacional podem orientar as escolas na implementação de práticas inclusivas e oferecer suporte técnico.
A colaboração efetiva entre esses membros da rede de apoio é crucial para garantir que cada aluno receba o suporte adequado para se desenvolver acadêmica e socialmente de maneira inclusiva.
Para uma verdadeira Educação Inclusiva as escolas devem aceitar os alunos com deficiência e realizar as adaptações necessárias para que eles tenham seu direito à educação garantido.
Outra preocupação que a escola deve ter é fornecer aos seus educadores capacitação e formação continua, que são fundamentais para lidar com esses alunos, bem como as adaptações e os equipamentos que forem necessários ao seu aprendizado.
Realizar uma flexibilização nesse currículo de modo a favorecer a aprendizagem do aluno com deficiência também é papel e responsabilidade da escola e de todos os seus educadores. Essa flexibilização pode incluir a aquisição de equipamento, materiais e mobiliário essenciais, como computadores e softwares.
A escola não está sozinha nessa tarefa. Esse deve ser um trabalho conjunto entre a escola regular, o Atendimento Educacional Especializado (AEE) e o Estado.
Fonte: Proesc.com