Armani W. é um piloto profissional americano de 21 anos de idade que atualmente compete na NASCAR. Armani está dentro do espectro autista e antes de transformar o seu amor por carrinhos de brinquedo e karts em uma carreira promissora, enfrentou grandes desafios para relacionar-se com amigos, colegas de turma, companheiros de equipa e até mesmo outros membros de sua família.
“Fui diagnosticado com autismo quando tinha 2 anos de idade, mas só soube disso quando era mais velho. Foi por volta da época da entrada para o ensino médio que os meus pais me contaram. Eles fizeram o possível para explicar o que significava ter autismo.
À medida que foi crescendo e sua carreira floresceu, Armani decidiu usar a sua plataforma para levar a conscientização sobre o autismo a outro nível. Acompanhe abaixo a entrevista concedida pelo piloto ao portal Autism Speaks:
1- O que motivou a decisão de divulgar publicamente seu diagnóstico de autismo para a comunidade da NASCAR e para o resto do mundo? Foi quando comecei a realmente subir nas classificações das corridas. Senti que havia pessoas e famílias que precisavam saber, que precisavam de esperança e inspiração que só poderiam vir de alguém que enfrentou circunstâncias semelhantes. Então, conversei com minha família e decidi tornar isso público. Para mim, foi uma oportunidade de usar minha plataforma nas corridas para ajudar a trazer conscientização, inclusão e aceitação para as pessoas da comunidade autista. Além disso, pude compartilhar com todos, incluindo a comunidade da NASCAR, quem eu realmente sou.
2- Como você foi recebido desde que compartilhou essa informação com o mundo? Tem sido muito bem recebido. As pessoas acham único e inspirador, dado o quanto alguns de nós com autismo precisam superar ao longo de nossas vidas. Espero que, ao compartilhar minha história, eu possa proporcionar um senso de esperança e inspiração para outras pessoas no espectro, bem como para aqueles que têm filhos ou familiares com autismo. Quero que todos saibam que só porque você tem autismo, isso não significa que você não pode realizar seus sonhos.
3- Em que áreas o seu autismo ajudou a destacar-se na vida e na pista de corrida? Uma das características de muitas pessoas como eu é a capacidade de ter um foco intenso em algo que nos interessa e nos traz prazer. Esses interesses podem se tornar grandes partes de nossas vidas. Para mim, as corridas foram esse interesse. Na pista de corrida, muitas coisas acontecem muito rápido por isso não se pode perder a concentração. Muitos pilotos de corrida têm essa capacidade de se concentrar por longos períodos de tempo também, mas sinto que tenho um nível diferente de foco.
4- Quais dificuldades enfrentou por causa do seu autismo? Como muitas outras pessoas com autismo, tive dificuldades com interação social, comunicação e, às vezes, comportamentos repetitivos. Sou grato por ter uma família que me ajudou e apoiou ao longo da minha vida sempre que precisei. Sinto-me afortunado quando olho para trás e vejo o quanto avancei com a orientação deles.
5- Que serviços e apoios teve desde que recebeu o diagnóstico? Eu recebi apoios desde o diagnóstico, fiz várias terapias, incluindo fonoaudiologia, comportamental, ocupacional, etc. Eu vou na internet e aprendo cada pequeno detalhe sobre o autismo para poder ganhar mais conhecimento sobre mim mesmo e sobre os outros. Meus pais também me ajudaram a entender as interações sociais e como ter uma conversa com as pessoas. Eles me ensinaram a importância do contato visual, das saudações e de certos tópicos para falar, para me conectar e formar relacionamentos. Essas coisas certamente me ajudaram ao longo da minha vida.
6- Quais são alguns de seus objetivos pessoais de longo prazo? Chegar à série NASCAR Camping World Truck foi um grande objetivo. Quero aproveitar meu tempo aqui e aprender o máximo que puder. A partir daí, seguir para a NASCAR Xfinity Series e talvez um dia a NASCAR Cup Series. No final das contas, quero ser um piloto campeão na NASCAR e um campeão para aqueles que são impactados pelo autismo.
Vendo que há uma em cada 54 crianças neste país hoje que foram diagnosticadas com autismo, há muitas pessoas que precisam de uma voz. Quero advogar e ajudar a inspirar as pessoas a entender que a vida pode ser gratificante com o autismo. Sinto que há essa responsabilidade em liderar pelo exemplo para ajudar outras pessoas como eu a encontrar exatamente o que querem ser bem-sucedidos na vida.