Angola carece de centro de acompanhamento a Síndrome de Down

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O médico neuro pediatra Walter Diogo considerou, em Luanda, ainda precário o acesso à saúde por parte das crianças portadoras de síndrome de Down, por falta de um centro de acompanhamento específico.

Em entrevista à ANGOP, no quadro do Dia Mundial da Síndrome de Down, fundamentou que 80 por cento das terapias feitas por essas pessoas é na rede privada e muitas famílias não possuem condições financeiras para custear o tratamento e acabam por desistir.

Disse que a falta de um centro acompanhamento específico para essas crianças dificulta o seu desenvolvimento tanto social, como escolar. 

Realçou que uma das maiores preocupações dos pais com filhos nesta condição está em conseguir pagar as terapias, por serem caras. Cada sessão pode custar entre 35 a 40 mil Kwanzas.

Frisou que este acompanhamento deve ser multidisciplinar, envolvendo vários especialistas desde o pediatra, neurologista, terapeutas da fala e ocupacional e assistente social.

O especialista apelou aos pais a desenvolver a estimulação precoce nas crianças com síndrome de Down (SD) para auxiliar na sua integração social e uma melhor qualidade de vida. Segundo o médico, a estimulação precoce é essencial, porque proporciona experiências sensório-motoras que vão intervir na maturação da criança.

Disse que são condições necessárias para se conseguir uma reacção dinâmica com o meio em que vive, ensinando-os a manter posturas e movimentos mais próximos do padrão de normalidade e favorecer, o desenvolvimento e a aquisição de habilidades funcionais.

De acordo com o neurologista, os profissionais da área de saúde têm um papel importante na orientação de todos os membros da família da criança com SD, assim como estimular o vínculo com esta criança.

Para si, quanto mais afecto essa criança receber, mais positiva será a resposta ao tratamento.

Sustentou que as crianças portadoras de síndrome de down podem apresentar alterações do ponto de vista neurológico, déficit intelectual, epilepsia, hipotonia (fraqueza do ponto de vista do tônus muscular) e atraso do desenvolvimento neurológico.

A Síndrome Down é uma condição genética caracterizada por um aumento no número total de cromossomas que ocorre num dos pares que é chamado trissomia 21.

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada 800 nascimentos, um bebé tem traços da síndrome, independentemente da etnia, género ou classe social, realidade que exige respostas adequadas das autoridades.

No caso de Angola, apesar da falta de estudos, novos pacientes surgem todos os dias, numa altura em que aumentam os sinais de discriminação da parte da sociedade, devido, fundamentalmente, à falta de conhecimento sobre essa condição genética.

Fonte: *Foco Saúde – Entrevista publicada a 22 de Março de 2024

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